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Monday, July 03, 2006

A VINGANÇA DO FILHO DA ESCRAVA

Uma releitura brasileira da estória de Agar e Ismael.

O exercício masoquista de assistir os noticiários nos últimos meses gera em nossa alma uma inquietação a respeito da razão de o Brasil haver se tornado um campo de guerra civil. Onde o crime, legitimamente denominado como organizado, exerce uma força se precedência em nossa cultura. Onde isto irá parar?

Mas o que é a cultura brasileira? Um grande mosaico de culturas européias, africanas e ameríndias que se sincretiza e se transforma em um novo universo, que de uma forma ou de outra, fornece-nos um modo diferente de viver e olhar o mundo.

A partir disto, poderíamos contemplar tal Brasil como uma bela pintura de humanismos e cordialidade, que poderia ser exemplo mundo afora. Todavia, lendo livros como “As veias abertas da América Latina”, ou simplesmente dando uma volta pelas áreas pobres da cidade, acordamos da doce ilusão de um Brasil bonito, composto de pessoas pacíficas, acomodadas e felizes.

O povo brasileiro não foi formado pela miscigenação pacifica, fruto do amor inter-racial, mas sim a partir da violência e da violação. A genealogia do povo brasileiro é composta do escravo trazido a força da África, do índio subtraído de sua terra e de sua cultura, e do europeu, também vitima de seu contexto urbano e levado, quando não raro por força de lei ou espada, a deixar sua terra em direção a um novo mundo. Lendo a obra supracitada de Eduardo Galeano, fica claro o porque estamos hoje padecendo nas mãos de criminosos, traficantes e ladrões.

Na Bíblia, conta-se à história de Abrão, chamado de pai dos Judeus e pai da Fé. Este homem, em sua humana dualidade de santo e pecador, cometeu certa feita um erro, e porque não dizer, uma seqüência de Erros. Com respeito aos quais, seus supostos descendentes colhem frutos até os dias de hoje.

Este homem, tendo recebido a revelação de que seria pai de uma grande nação, ficando impaciente, e de certa forma incrédulo, deu atenção aos conselhos de sua esposa legítima, Sara. O conselho consistia em tomar-se a Escrava de Sara e nela gerar um filho, que cumpriria a tal promessa.

A ação de Abrão estava condenada a tragédia. Primeiramente, porque Abrão errou em ter uma escrava egípcia, fato norma em sua época, mas desumano enquanto tratando-se de pose de um ser humano por outro. O segundo erro foi não crer no que Deus disse. O terceiro erro foi utiliza-se de outro se humano como objeto de satisfação, pois apesar de Agar se sujeitar ao negocio em questão, ela não tinha direito de protestar, porquanto não era responsável. Quarto erro, dar “liberdade”, em outras palavras, jogar fora alguém que não possuía meios de sobreviver, pois Berseba era um deserto e portanto, a morte era certa para uma mulher com uma criança a tira colo.

Este conjunto de erros frutifica hoje na forma da guerra entre Israel, o país, e os palestinos que se intitulam filhos de Ismael, o menino jogado ao deserto. Poderíamos chamar isto de justiça poética, mas é preferível chamar de justiça divina.

A história de Abrão e sua escrava pré-figura a história da colonização da América Latina. A escravidão, a economia extrativista e as políticas das grandes potências espoliaram desde o inicio o solo e as vidas que aqui se acharam. Depois, aqueles que dentre os nativos prosperam continuaram a explorar seu próprio povo, segundo o modelo aprendido. Nisto identificamos uma característica peculiar do Brasil, o fato de termos mais preconceito social do que racial propriamente dito, apesar de que os pobres, em sua maioria, são afro-descendentes. Desde os Capitães do Mato, negros especialistas em caçar seus próprios irmãos até o filho de Pedro Arcanjo[1] ,que após se forma em engenharia, à muito custo e pela ajuda dos pobres, não mais se encontra membro de tal universo, preferido a alta sociedade a baixa do sapateiro.

Possuímos a utopia arquetípica da princesa branca que liberta os negros. Fato que na verdade encobre o mais sujo dos processos capitalistas, pois não foi dado liberdade aos escravos, houve apenas a limpeza das senzalas para se dar lugar a imigrantes europeus, que dariam melhores rendimentos que os pobre africanos.

Esta dívida social que não criamos, mas perpetuamos, é a fonte dos soldados do tráfico que assassinam policiais a luz do dia. São os filhos da Agar Negra, que perseguem o Isaque burguês. Os policiais que morrem são também filhos da Agar que servem o sistema, morrem defendendo o patrimônio que não lhes pertencem. Quando tiram suas fardas, retornam a suas casas que ficam ao lado das casas dos traficantes aos quais perseguem. São objetos do sistema, não sujeitos da história em que estão inseridos.

Hoje, a mídia tenta gerar uma imagem de alegria e felicidade. Assistir a seleção brasileira, que é composta por ex-pobres, gera no coração do povo o sentimento de que é possível deixar de ser pobre e miserável através dos talentos inatos. As três vias: Futebol, pagode ou loteria federal, compõem as possíveis escadas para o Céu na terra. Seguindo tal linha de pensamento, podemos compreender o porque a teologia da prosperidade, da igreja Universal do Reino de Deus, cai tão bem no gosto do brasileiro. Com esta teologia, o pobre busca meios para sair da miséria, ou apenas sobreviver, enquanto que o rico busca meios de manter a suas posses.

A criminalidade dos grandes centros indica o fato de que as políticas públicas são ineficientes, no sentido de suprir as necessidades básicas do seres humanos que delas dependem. Todo ser humano tem necessidade de Ser. Ser alguma coisa, ser alguém. Disse Jorge Bem Jor “ ...posso não ser um grande líder, pois é! Mas lá em casa todos os meus amigo, camaradinhas me respeitam, pois é essa é a razão da simpatia,do poder do Algo mais e da alegria...” Um Jovem pobre, sem pai, sem educação não se contentará com um emprego de salário mínimo em detrimento ao salário oferecido pelo tráfico, que em seu contexto gera mais respeito. Isto explica o porque tantos jovens, até de formação evangélica ou católica, se envolvem com o tráfico de drogas, mesmo tendo recebido algum ensino cristão. È inegável que para uma boa parcela dos seres humanos, morrer é melhor que viver sem dignidade.

Que dignidade dá um salário mínimo? Que dignidade tem um professor de escola publica, mediante a sociedade que valoriza o ter em detrimento ao ser? È Difícil convencer do contrário ao que é apregoam o discurso vigente, reforçado exaustivamente pela mídia.

Abrão tentou consertar seu erro expulsando a escrava e Ismael para o deserto. O Brasil expulsou sua Agar Negra para o morro e seu Ismael para as ruas. Os muros dos grandes condomínios de luxo margeiam as grandes favelas, fazendo com que o sentimento de inveja dos excluídos gerem o ódio que possibilitam o crime. Expulsamos os pobres de forma silenciosa e discreta, todavia, já estamos escutando o barulho do outro lado do muro social.

Moltamann diz que a verdadeira Teologia da Liberta deveria não apenas tentar liberta o pobre, mas deveria atentar para a libertação da humanidade como um todo. Enquanto houver classes, será impossível a igualdade social. Não adianta tirarmos alguns indivíduos da favela, assim como não adianta darmos bolsas e pensões para que comam alguma coisa. Não adianta apenas promover-se o desfavelamento urbano com casinhas amarelas, mas deve-se intentar desfavelar o coração das pessoas[2]. Todos, Homens, mulheres, ricos e pobres necessitam de um projeto maior de existência que faça valer a pena o existir juntos.

A solução para os problemas sociais brasileiros não é simples, pois necessariamente passa pela metanóia consciente de todos os seres humanos. De forma a que seja quebrada a alteridade exclusiva do eu em detrimento do eles outros, e em seu lugar seja instituída uma economia inclusiva do nós, onde o objetivo principal seja o bem comum.

Isto tem um custo para os que hoje estão acima da pobreza, pois não existem recurso naturais suficientes para sustentar o modelo consumista de nossos dias. Dizem[3] que se a humanidade inteira consumisse o que um habitante médio da Califórnia consome hoje, seriam necessárias quatro planetas terra de recursos naturais para satisfazer tal demanda. Podemos concluir que a igualdade nivelaria a humanidade em um patamar singelo e limitado, distante nível de consumo considerado prefeito pelo capitalismo.

Sinceramente, preferiria consumir menos em detrimento aos demais seres humanos. Todavia, a maioria das pessoas pensa de forma diferente. E é por causa daqueles que preferem seu luxo, em detrimento à vida alheia, é que sofreremos as penas do colapso dos recursos. Quando a mãe terra gemer, o grito de Ismael soará como a voz da trombeta divina que sinalizará o ultimo dia. Fim dos tempos, pelo menos para o modo de vida em que temos vivemos.

Nos, o povo brasileiro, somos herdeiros de um passado problemático, cheio de erros. Não é culpa de nossa geração, todavia o perpetuar do mau ou não, certamente é de nossa responsabilidade. Não adiante arrancarmos as ervas daninhas maiores, sem fazermos um trabalho edafológico cultural que possibilite o surgimento de melhores condições de vida e de existência para todos. Todavia, o solo dos nossos corações cristaliza-se pela força da sobrecarga de informações que apontam para um estilo de vida consumista e egoísta. Por isto, nos sujeitamos ao sofrimento de assistirmos passivamente os noticiários, sem ao menos sentirmos pena ou remorso por aquiles que são ali retratados em seus momentos de dor.



[1] Jorge AMADO, Tenda dos Milagres, Record:São Paulo, 1982

[2] Leonardo Boff.

[3] E.O. Wilson, 2002

Friday, June 16, 2006

Paradigma Famíliar Brasileiro!

Apontamentos de alguns paradigmas familiares brasileiros.

Uma leitura do modelo familiar brasileiro a partir do Grande Família – 2006.

O que é família? Se o leitor me fizesse esta pergunta, responderia: “depende de onde você estiver”. Sim, depende de qual referencial é tomado para se construir o modelo. Se formos à Bíblia, o modelo família imitaria o modelo de igualdade e amor, que visaria o desenvolvimento de dons e aptidões de todos os membros da família. Todavia, existem outros modelos, que são mais comuns e que desenvolvem paradigmas diferentes, que comumente percorrem caminhos e direções diferentes e assustadoras.

O Sitcom, A Grande Família, produzido pela Rede Globo, parece ser um bom exemplo de representação artística do paradigma brasileiro de família.

Quando assisto este tipo de produção artística, especialmente os que tratam do assunto Família, ocorre-me uma dualidade sociológica entre o expositivo e o formativo. Expositivo, no aspecto de se retratar a realidade como ela é. Formativo, no sentido de gerar arquétipos sócio-antropológicos para aqueles que assistem e carecem de modelos melhores, porque a realidade pode ser muito pior que a ficção. Podemos afirmar que ambas abordagens são corretas, tendo em vista o fato da disseminação de conceitos existentes e da mudança de modelos sociais.

Pode-se identificar na família ali retratada, que todos os indivíduos circulam existencialmente em tornos de um núcleo patriarcal, Lineu. Esta centralização associa-se diretamente com o elemento financeiro, tendo em vista o fato desta personagem ser a fonte principal de proventos da família toda. Essa personagem teria sobre si atributos de liderança formal, todavia, não apresenta a devida aptidão para desenvolvê-las, pois de alguma forma é incapaz de impor idéias através do convencimento. Suas ferramentas de coerção estão associadas a uso da força financeira, gritos e pequenas discussões que não resolvem problemas. Tal modelo patriarcal é ineficiente, pois não resolve os problemas de forma preventiva, mas sim a posteriores, de crise em crise.

A personagem Lineu não convence, não ensina, na pastoreia a família. Sua incapacidade de diálogo e de ensino gera situações, como em “Tuco mãos de Tesoura” exibido em 15/06/2006. Vejamos, ele não sabia que o filho fazia, por 2 anos, um curso de cabeleireiro. Quando descobre, é taxativo em afirmar a incapacidade do filho em ficar empregado. Depois, constrói uma situação, terrível ao meu ver, no emprego do rapaz. Depois, possuído por um espírito de remorso pede ao filho que lhe corte o cabelo. Esta ultima atitude é bonita, mas representa o aspecto auto-punitivo das relação inadequadas.

Partindo do pré-suposto que um erro não conserta outro erro, Lineu puniu-se por seus erros e não ensinou efetivamente nada à sua família. E em seu cabelo mau cortado está exposto a face do pai de família modelo Lineu.

No modelo apresentado pelo citado Sitcom, podemos identificar um modelo matriarcal que mistura as funções desta em relação aos membros da família. Ora mãe, ora esposa, sem uma definição fixa de prioridade e regida pela circunstancia imediata.

Observemos que a mãe, na grande família, representa uma corda de salvação ás aflições diárias dos demais. Ela se mostra disposta a sacrificar-se por seus filhos, mesmo em detrimento do marido. Todavia, ao mesmo tempo, não é capaz de ensinar, de forma eficaz, seus filhos, sendo que sua filha segue um modelo aparentemente contrário ao da mãe.

A relação desta mulher é dúbia para com seu marido, pois dá preferência aos filhos em relação a este. Além de ocultar os erros feitos por aqueles, mostra-se complacente quando o marido não está presente, mas muda automaticamente de postura mediante a presença do marido.

Sua postura também demonstra uma baixa auto-estima, que é indicada pela busca de aceitação dos filhos e do marido, alternadamente. Se observarmos que quando há problemas ela volta-se para si mesma em uma atitude de auto-culpa, que pode ser caracterizada por frases: “o que foi que fiz” “ por que isto está acontecendo comigo??” , Poderíamos afirmar que o referencial dela é sua auto-satisfação feminina, para isto, tem que vagar entre os extremos marido/filhos, sem contudo construir para uma existência objetiva, dependendo dos que lhe cercam para afirmar-se enquanto ser.

Este modelo de Mãe de família é destrutivo, pois não gera a segurança necessária para o desenvolvimento dos indivíduos enquanto membros da família, filhos e marido. Observe que esta mão/mulher não constrói sua casa, apenas tenta manter as estruturas existentes, assim como luta para manter a sua importância, e por que não dizer, sua necessidade existencial. Por isto, ela é incapaz de trabalhar fora e gerar renda, fato que colocaria sua relação conjugal em risco.

Assim, o que é apresenta é uma família com filhos problemáticos, dependentes e, porque não, perdidos na vida. Em decorrência de pais omissos e desprovidos de referenciais coerentes.

O aspecto oposto a esta realidade é a família onde o Pai lidere sua esposa e seus filhos de forma construtiva, com alvos claros e corretos que leve ao desenvolvimento pleno da humanidade intrínseca de cada indivíduo. Da mesma forma, a mulher dever exercer sua liderança de forma a influenciar o conjugue e seus filhos de forma positiva. Observemos que a liderança da família se desenvolve em conjunto, com objetivo e direção comuns. Isto exclui a visão egoísta de autopromoção em detrimento dos demais membros da família.

Gostaria de ligar a televisão e assistir um Sitcom onde a família fosse ideal. Que vencesse desafios juntos, onde o pai fosse um grande ensinador e a mãe pudesse ser um exemplo a ser seguido, mas acho que vai demorar um pouco para isto acontecer.

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